quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Gilberto Gil


Oi eu me chamo Gilberto Passos Gil Moreira nasci em Salvador,dia 26 de Junho de 1942 sou um cantor, compositor e político brasileiro.

Iniciei minha carreira como músico da bossa nova, mas logo começei a compor músicas que refletiam um novo foco de preocupação política e ativismo social, junto com meu parceiro Caetano Veloso. Foi Elis Regina quem me lançou nacionalmente como compositor em 1967 com a gravação da música “Ensaio Geral”. Nos anos 70,eu acrescentei elementos novos, da música africana e norte-americana, ao seu já vasto repertório, e continuei lançando álbuns como Realce e Refazenda.Eu gravei a música “Eu Vim Da Bahia”, em clássico LP chamado João Gilberto.

Em 1969, eu e o Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foramos taxados de “subversivos” e presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964. Depois de soltos, ambos mudaram-me para Londres e começei a tocar com grupos como Yes, Pink Floyd e a Incredible String Band, e ao mesmo tempo continuava sua carreira solo. Nos anos 70, fiz uma turnê pelos Estados Unidos e gravei um álbum em inglês.

Trabalhei com Jimmy Cliff com quem fiz, em 1980, uma excursão e uma versão em português de “No Woman, No Cry” sucesso de Bob Marley & The Wailers que foi um grande sucesso, levando o reggae para o Brasil.

Continuei gravando, fazendo shows e se envolvendo em várias causas sociais, e cheguei a ser eleito vereador em Salvador, minha cidade natal, no início dos anos 90. Meu álbum de 1993, Tropicália 2, com Caetano Veloso inclui o “cover” de uma música de Jimi Hendrix, “Wait Until Tomorrow,” e foi considerado um de seus melhores trabalhos desde o fim dos anos 60. Quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse em janeiro de 2003, me escolheu para ser Ministro da Cultura do Brasil, cargo que teve severas críticas de personalidades como Paulo Autran e Marco Nanini em entrevistas ao jornal Folha de São Paulo.

Gustavo Camargo

RENATO E SEUS BLUE CAPS

Oi meu nome é Renato e fiz parte do grupo que foi formado no final dos anos 50 pelos irmãos junto com os meus irmãos Edson e Paulo César, éramos jovens moradores do bairro da Piedade, no Rio de Janeiro, com o nome Bacaninhas do Rock da Piedade. O primeiro nome foi censurado e o radialista Jair de Taumaturgo sugeriu o nome definitivo, inspirado no conjunto norte-americano Gene Vincent And His Blue Caps. Tocamos no rádio e em programas de televisão, como Os Brotos Comandam, da TV Rio, apresentado por Carlos Imperial. Gravamos o primeiro compacto em 1962 e nos notabilizamos principalmente pelas versões que faziamos de músicas de língua inglesa (a maioria era britânica), como "Menina Linda", versão de "I Should Have Known Better", "Até o Fim", versão de You Won't See Me" (ambas deLennon/McCartney) e "Escândalo", versão de "Shame And Scandal In The Family" (Donaldson/ Brown). Já em 1963 o meu irmão Edson saiu do grupo e iniciou carreira solo com o nome de Ed Wilson.Ele foi substituído por Eramo Carlos, que teve uma participação breve no grupo. Nos tornamos um sucesso que apresentado no programa da Joven Guarda, em shows, festas e bailes. Em 1966 aparecemos em dois filmes: Na onda do iê-iê-iê e Rio, Verão e Amor.

Renato teve composições gravadas por outros artistas, como Roberto Carlos e Leno Lilian. O grupo era formado por Renato Barros, voz; Erasmo Carlos , substituto de Edson Barros, voz; Carlinhos, guitarra; Tony e mais tarde Gelson, bateria;Paulo César Barros, baixo; e Cid, saxofone.


Postado por Victor Kussano :)

Mutantes

A história dos Mutantes começou quando eu,Arnaldo, fui convidado para integrar a banda Woodfaces onde já tocava guitarra meu irmão e primogênito da família Dias Baptista, Cláudio César. Como a maioria dos conjuntos dos anos 60, fizemos muitas apresentações em festinhas, tocando um pouco de tudo. Um ano depois os Woodfaces terminaram, pois alguns de seus integrantes queriam tocar Bossa Nova, o que para mim e meu amigo Rafael era praticamente uma ofensa.
Em 65 Rafael me apresentou duas garotas, uma se chamava Suely e a outra Rita Lee Jones. Nós decidimos formar junto com o baterista Pastura e o caçula da família Baptista, Serginho, a banda Six Sided Rockers.
No ano de 1966, com o nome de Os Seis e com Mogguy no lugar de Suely, gravamos pela Continental o compacto: "Suicida / Apocalipse". Após as gravações, mesmo contra nossa vontade, a gravadora lançou o compacto que acabou sendo um fracasso, vendendo menos de 200 cópias.
No dia 15 de outubro de 66, nos apresentamos no programa Pequeno Mundo de Ronnie Von, já sem Mogguy, Rafael e Pastura e com um novo nome: "Os Mutantes". Em 1967, acompanhamos Gilberto Gil no 3° Festival da Record obtendo a 2ª colocação com a música "Domingo no Parque".
Já em 68, entramos em estúdio para gravar nosso primeiro LP, que acabou levando o nome da nossa banda e que entre outras músicas trouxe duas que se tornaram clássicos no seu repertório: "Panis Et Circenses" e "Bat Macumba".
Em janeiro de 69, fomos convidados para tocar em Cannes na França, no famoso Midem (Mercado Internacional de Discos e Editores Musicais). O segundo disco foi lançado no mesmo ano de 69, trouxe a hilariante "2001" e pérolas como "Dom Quixote e Rita Lee". Em Julho, estreiamos o espetáculo Planeta dos Mutantes, que misturava música, colagens lisérgicas, cenas bizarras de fígados de galinha e operações de crânio (que invariavelmente levavam espectadores a sair correndo do teatro). Para terminar o ano, nos apresentamos no 4º Festival Internacional da Canção com a música "Ando Meio Desligado".
Na segunda quinzena de 70 lançamos o LP "A Divina Comédia Ou Ando Meio Desligado". Além da faixa título, o disco possuía outras faixas excelentes (modestia a parte), como por exemplo, "Ave Lúcifer" e "Jogo de Calçada". Foi também a partir desse LP que o grupo contou com o reforço de Ronaldo Leme, o Dinho, na bateria. Nosso ano terminou com um show no Olímpia, na França. Aproveitamos para gravar algumas faixas em estúdios franceses e também para experimentar LSD pela primeira vez.
No início de 71, fomos contratados pela Globo para nos apresentarmos no programa Som Livre Exportação. No começo foi divertido, mas logo perdemos o interesse de nos apresentarmos no programa pois o contato com cantores de Bossa Nova, cantores da Velha Guarda e Sambistas não nos agradava muito.
O LP "Jardim Elétrico" foi lançado em março de 71 e trouxe um dos nossos maiores sucessos, a canção "Top Top", além de algumas música gravadas na França como por exemplo "Virgínia" e "El Justiciero". Foi a partir desse LP que os Mutantes contaram com o reforço do baixista e amigo Arnolpho Lima, o Liminha, pois eu passei a me dedicar apenas aos teclados. Os fãs mais ligados logo perceberam que aquela planta engraçada na capa do novo Lp nada mais era do que um pé de maconha. O ano acabou com muitas confusões para o nosso lado dentre quais ficaram mais famosas as do programa Flávio Cavalcanti e Hebe Camargo (onde eu quase surrei o tecladista Caçulinha, hoje no programa Domingão do Faustão).
Em março de 72 chegou nas lojas o Lp "Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets", dessa vez a censura implicou com a música "Cabeludo Patriota" e nos obrigou a trocar seu nome e sua letra. O disco trouxe também o maior sucesso de toda a nossa carreira, a música "Balada do Louco". No dia 19 de setembro do mesmo ano lançamos o Lp "Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida" (considerado por muitos o nosso "Sgt Peppers"). Na verdade, o disco foi gravado como o segundo solo de Rita, mas como todos nós tocamos e compusemos as músicas o disco ficou conhecido como sendo dos Mutantes.
Em 72 participamos de nosso último festival, o 7º Festival Internacional da Canção, com a música: "Mande Um Abraço Pra Velha". No final do ano, recebemos nossa pior notícia: Rita anunciou que estava deixando o grupo, porque eu disse que não havia mais lugar para ela. Sérgio tentou impedir e disse que os outros sairiam com ela, afinal quem eu pensava que era? Deus? Mesmo assim Rita decidiu seguir seu próprio caminho, pois bem sabia que com o meu carisma conseguiria convencer os outros a ficar, o que realmente aconteceu.
O ano de 73 começou muito bem para o grupo, que estreava em São Paulo o show "Mutantes com 2000 Watts de Som", o que não era nenhum exagero pois realmente o público recebeu nos ouvidos 2000 Watts de som, potência na época só comparável à do Pink Floyd. Com esse pique todos entraram no estúdio para gravar aquele que seria nosso 6º Lp , com o nome de "O A e o Z". Quando as gravações acabaram, porém, a gravadora decidiu não lançar o disco, alegando que ele era anti-comercial, pois nenhuma das seis faixas tinham menos que sete minutos de duração e nós, os Mutantes, pareciamos estar fazendo música apenas para pessoas que, como nós, eram viciadas em LSD. Nossa banda foi dispensada.
Os ensaios continuaram na Cantareira, porém meu corpo dava sinais de que não aguentaria muito mais das drogas e eu fui ficando cada dia mais perturbado. Alguns dias depois, durante um show, surtei e fiquei apenas brincando com as letras do seu nome e quando Sérgio e Liminha foram tomar satisfações fiquei irritado disse que estava saindo do grupo. Já tinha saído da sala quando Sérgio, Liminha e Dinho começaram a chorar, pois sentiram que pela primeira vez, o futuro da banda estava ameaçado.
Superado o choque inicial da minha saida, meu irmão decidiu chamar para Manito (ex-Incriveis) para me substituir e este chegou a fazer alguns shows com a banda, mas por mais brilhante que fosse como instrumentista, não tinha meu humor ou as minhas idéias. Algumas semanas depois o próprio Manito decidiu amigavelmente deixar o grupo.
Para substituí-lo foi chamado Túlio Mourão, que tocava na banda "Veludo Elétrico". Os ensaios com Túlio mal haviam começado quando Dinho reclamando de problemas físicos com a mão direita decidiu largar a banda. Túlio indicou o baterista carioca Rui Mota também ex-Veludo Elétrico.
No início de 74, o grupo decidiu se mudar para Petrópolis e assinaram um contrato com a Som Livre. A maior parte do material já estava composto para o novo LP, quando Liminha e Sérgio tiveram uma forte discussão e o baixista decidiu sair também. Sérgio se viu sozinho com parceiros que mal conhecia. O jeito foi chamar Antônio Pedro de Medeiros outro ex-Veludo Elétrico.
Em novembro de 74 lançaram o Lp "Tudo Foi Feito Pelo Sol", que seguia a linha progressiva do engavetado "O A e o Z". As sete faixas foram gravadas sem play-back. Com exceção feita a Túlio, que resolveu gravar seus teclados sóbrio, todos os outros tocaram sobre efeito de ácido.
No início de 76, novas turbulências afetaram a banda. Além dos dois empresários terem sumido com a grana da turnê, bate-bocas internos culminaram com as saídas de Túlio e Antônio Pedro de Medeiros. Para seus lugares foram chamados respectivamente Luciano Alves (ex-Flor de Lotus e Veludo Elétrico) e Paul de Castro (ex-Veludo Elétrico). Paul na verdade, era um guitarrista improvisado no baixo.
Em agosto de 76, deram início a vários shows no Museu da Arte Moderna no Rio de Janeiro, e foi tirado desses shows material para um novo Lp, dessa vez ao vivo. A banda ao ouvir as fitas ficou arrasada e entregou tudo nas mãos do produtor Peninha Schmidt. Peninha reduziu o show de quase duas horas para apenas quarenta minutos, desprezando assim vários solos e longas passagens instrumentais. A audição da fita quase acabou em briga. Mesmo criticando o trabalho de edição, a banda decidiu lançar o LP daquele jeito. Acabou sendo um fracasso de vendas, o que ajudou a baixar ainda mais o astral do grupo.
Em 77 os Mutantes embarcaram para fazer alguns shows em Milão, na Itália, a convite de um antigo amigo da banda. Às vésperas do show, o tecladista Luciano Alves discutiu com Sérgio, pois queria tocar algumas músicas mais brasileiras como por exemplo: "Fé Cega Faca Amolada" de Milton Nascimento. Sérgio, roqueiro inabalável, recebeu aquilo como uma blasfêmia, e o líder dos Mutantes sentiu que o fim do grupo estava novamente próximo.
Ainda na Itália, para piorar a situação, os Mutantes foram convidados pelo produtor italiano Flávio Carraresi para gravar algumas faixas em estúdio. Ao chegarem lá, o produtor disse que gostaria que os Mutantes gravassem "Disco Music", com direito a mulatas (a imprensa italiana havia criticado o show por faltar algo mais brasileiro). Ao escutar aquilo os rapazes correram como o diabo correria da cruz.
Ao retornarem para o Brasil, Paul de Castro anunciou que estava saindo devido ao baixo astral e constantes discussões entre os membros do conjunto. Mesmo assim, Sérgio tentou pela última vez me chamar, mas me encontrou mais perturbado e depressivo.
Sete meses se passaram até o retorno dos Mutantes aos palcos. Dessa vez foi no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, em maio de 1978. O grupo voltou a ser um quinteto com a entrada de Fernando Gama (ex-Veludo Elétrico) e de sua mulher Betina, (que Sérgio cismava que poderia ser cantora, apesar desta nunca ter cantado fora do chuveiro).
Sérgio tentou resgatar a velha fórmula dos Mutantes com o retorno de duas velhas canções do grupo, "Ando Meio Desligado" e "Panis Et Circenses", além, é claro de uma voz feminina na banda, Betina (que por sinal teve uma estréia nada animadora).
Mesmo sem entrosamento e nenhuma vontade o grupo se apresentou em Ribeirão Preto para apenas 200 pessoas. Ao final do show a sensação de decadência era evidente, isso devido ao não entrosamento dos músicos, às letras fracas e faixas mesmo sem título.
No dia 6 de julho de 78, o grupo fez na mesma Ribeirão Preto seu último e fraco show, depois do qual Sérgio compreendeu que aqueles não eram mais os Mutantes e que a bomba Mutante não poderia, e nem iria mais explodir. Sendo assim decretou o fim da Banda.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ta ae sor!

Ae Gera! Desculpa a demora mas ta ae :)

Raul Seixas


Olá, meu nome é Raul Santos Seixas nasci em Salvador, Bahia, há dez mil anos atrás. Haha, brincadeira, nasci em 1945. Sou filho de Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas. Sou da mesma região e geração que Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa e outros que definiram o movimento da Tropicália. Tive ao contrário destes em minha infância maior contato e assimilação do rock and roll em virtude de eu ser vizinho e amigo de filhos de famílias americanas que trabalhavam para o consulado americano na Bahia. Tornei-me logo fã ardoroso de Elvis Presley, e fundei aos 14 anos um fã-clube do rei do rock(Elvis Rock Club). Mas você está enganado se pensa que eu reneguei a cultura brasileira adotando o rock and roll; eu odiava a bossa nova mas acrescentei ao meu rock elementos de música nordestina como o baião, xaxado, música brega.

Eu era um aluno relaxado (repeti várias vezes a segunda série do ginásio), mas apesar de eu ser inteligente e um devorador de livros, rapidamente me cansei da escola e decidi pela profissionalização como músico. Em 1962 no meio ao movimento bossa nova que explodia no Brasil, montei minha primeira banda, Os Relâmpagos do Rock, e mais tarde teve seu nome mudado para The Panthers e finalmente Raulzito e os Panteras. Após algum tempo abandonei minha faculdade de direito.

Gravei com minha banda um compacto que seria distribuido para rádios com duas músicas (sendo uma versão de Elvis Presley). Nós nos apresentamos em clubes e algumas vezes em rádio e na TV. Começamos a formar fama como expressão local do movimento Jovem Guarda da época (liderado por Roberto Carlos, Jerry Adriani, Erasmo Carlos, Wanderléa, etc.).

Com o apoio de Jerry Adriani saí em turnê pelo Brasil com os Panteras (abrindo shows do primeiro) e gravei em 1968 o meu primeiro LP, auto intitulado. Não alcancei nenhuma repercussão a nível nacional portanto voltei para Salvador possivelmente, pretendendo posteriormente, abandonar a música. Saí da Bahia novamente para tentar carreira de produtor na CBS onde produziria e comporia para Jerry Adriani, Renato e Seus Blue Caps, Trio Ternura, Sérgio Sampaio, entre outros astros da época. Perdi este emprego por produzir e gastar dinheiro sem conhecimento dos meus superiores na prensagem de meu segundo LP, Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez .

Em 1972 alcancei a tão desejada repercussão nacional classificando duas músicas no Festival Internacional da Canção, evento de grande repercussão montado anualmente pela Rede Globo, um concurso de músicas. Eu participei com Let Me Sing Let Me Sing (que chegaria às finais) e Eu Sou Eu Nicuri é o Diabo. A boa aceitação me valeu meu primeiro contrato com uma gravadora, a Philips Phonogram. Lancei um compacto de Let Me Sing Let Me Sing e o LP coletânea de covers 24 Maiores Sucessos da Era do Rock (que nem mesmo traz meu nome, sendo lançado sobre o nome de uma banda Rock Generation). O segundo compacto, Ouro de Tolo, foi o meu primeiro grande sucesso.

Em 1973 saiu o LP Krig-Ha Bandolo! Apresentando as minhas primeiras parcerias com o companheiro de estudos esotéricos Paulo Coelho. Começamos a formar em parceria o grupo Sociedade Alternativa, anarquista, baseado na doutrina de Aleister Crowley e também destinado a estudos esotéricos. Chegaríamos a pensar em construir em Minas Gerais a comunidade alternativa Cidade das Estrelas. O movimento foi porém considerado subversivo pelo governo militar. Eu (que aparentemente passei por sessões de tortura), Paulo e as respectivas esposas (Edith e Adalgisa) fomos exilados nos Estados Unidos. Eu viria a conhecer durante o exílio alguns de meus ídolos, Elvis Presley, John Lennon e Jerry Lee Lewis.
Voltamos ao Brasil em 1974 em meio ao sucesso do segundo LP, Gita, possivelmente o meu lançamento de maior vendagens e repercussão, ganhando discos de ouro e participando da trilha sonoras da novela O Rebu. A Philips chegou a relançar 24 Maiores Sucessos... sobre um novo nome, 20 Anos de Rock e dessa vez sobre o meu nome. Seguiriam-se então LPs de grande repercussão, Novo Aeon, Há 10 Mil Anos Atrás (último em parceria com Paulo Coelho), Raul Rock Seixas, O Dia Em Que a Terra Parou.
A partir do final da década de 70, comecei a apresentar problemas de saúde em virtude de consumo exagerado de álcool. Não parei porém de lançar discos e projetos, Mata Virgem, Por Quem os Sinos Dobram, Abre-te Sésamo. Passei a sofrer de hepatite crônica em virtude da bebida e eu estava em um hiato de contratos e shows.
Após a queda de vendagens nos últimos discos e um longo boicote de gravadoras, estourei novamente em 1983 com a música Carimbador Maluco, lançada em um single encartado junto com o LP Raul Seixas, mais tarde acrescida como faixa deste mesmo LP, mais famosa por ter sido usada no especial infantil
Plunct Plact Zumm da Rede Globo. Seguiram-se meus discos Metrô Linha 743, Uah Bap Lu Bap La Bein Bum (com o que seria meu último grande hit, Cowboy Fora da Lei) e A Pedra do Gênesis.
Em
Uah Bap Lu Bap La Bein Bum e A Pedra do Gênesis foram usadas faixas que deveriam ser parte de um projeto maior nunca lançado chamado Opus 666, elaborado a partir de 1982, após o fracasso de um outro projeto, Nuit. O projeto Opus 666 consistiria de discos lançados em inglês e distribuídos fora do circuito padrão das gravadoras. A capa projetada para Opus 666 terminou sendo usada em A Pedra do Gênesis.
Em 1988 passei a compor, gravar e excursionar com o também baiano, Marcelo Nova, vocalista da banda Camisa de Vênus (então em fase de extinção). O abortado
Nuit (noite, para os antigos egípcios) teve música homônima lançada no LP A Panela do Diabo, sendo esta praticamente a única música que veio a público de todo o meu projeto original (que data de 1981, em parceria com Kika Seixas). Tambem pensei em fazer outro projeto, Persona, mas isso ficou só em pensamento (eu devia estar maluco beleza), também não deu certo.
Em 21 de Agosto de 1989, apenas dois dias após o lançamento de A Panela do Diabo, eu morri em virtude de pancreatite crônica, hipoglicemia e parada
cardio-respiratória, conforme consta em meu atestado de óbito (fiz coisas que não devia, fiquei viciado pois achava legal ficar “maluco beleza”, mas depois percebi que não era legal do pior jeito).
Curiosamente após a minha morte tive o meu talento mais reconhecido do que nunca, arregimentando a cada dia mais seguidores, sendo lançados postumamente registros inéditos e coletâneas, todos sucessos de vendas.
Em minha carreira fui pioneiro na mistura de todo tipo de influência musical ao rock
and roll, passeando e acrescentado com desenvoltura e sem preconceitos ritmos nordestinos (Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor), folk ao estilo Bob Dylan (Ouro de Tolo), música brega (Sessão das 10), umbanda (Mosca na Sopa). Em minhas letras abordava com igual desenvoltura temas tão díspares quanto sentimentos humanos, críticas ao sistema, esoterismo e agnosticismo. A minha mensagem muitas vezes está implícita em letras que podem ser taxadas de bobas pelos menos perspicazes (vide a letra de Carimbador Maluco) e em outros momentos é pura poesia (como em Canção Para Minha Morte).

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Meu nome é Caetano Emanuel Viana Teles Veloso é um músico e escritor brasileiro. Sou Considerado um dos melhores compositores do século XX, já foi comparado, em termos de relevância para a música pop internacional, a nomes como Bob Dylan, Bob Marley e Lennon/McCartney.

Nasci na Bahia, sou o quinto dos oito filhos de meu pai José Teles Velloso (Seu Zezinho), empregado dos Correios falecido em 13 de dezembro de 1983 aos 82 anos, e Claudionor Viana Teles Velloso (Dona Cano), nascida em 16 de setembro de 1907. Casaram-se em 7 de janeiro de 1931.

O nome da minha irmã foi por mim escolhido inspirado em uma canção famosa da época (18 de junho de 1946) na voz do cantor Nélson Gonçalves, Maria Bethânia, do compositor Capita. Na infância, foi fortemente influenciado por arte, música, desenho e pintura; as maiores influências musicais desta época foram alguns cantores em voga na época, como "o rei do baião" Luiz Gonzaga, e canções de maior apelo regional, como sambas de roda e pontos de macumba. Em 1956 freqüentei o auditório da Rádio Nacional, na capital fluminense, que contava com apresentações dos maiores ídolos musicais brasileiros. Em 1960 mudei para Salvador, onde aprendi a tocar violão. Apresentei-me em bares e casas noturnas de espetáculos. Nesta época, o interesse por música se intensificou. Cedo na carreira retirei um "l" de meu nome, optando por Caetano Veloso.



Tom zé
Meu nome é Antônio José Santana Martins mais conhecido como Tom Zé, sou um compositor, cantor brasileiro
Nasci em uma família abastada por conta de um bilhete premiado de loteria, eu passei a primeira infância no sertão baiano. Depois me mudei para Salvador para seguir estudos ginasiais. Mais tarde, eu diria que minha cidade natal era "pré-Gutenberguiana", pois minha música era transmitida por comunicação oral.
Na minha Adolescência, passei a me interessar por música e estudar violão. Tive alguma experiência tocando em programas de calouros de televisão nos anos 1960, e acabei entrando para a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia
Na mesma época, me aliei a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia no espetáculo Nós, Por Exemplo, nº 2, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Com o mesmo grupo fui a São Paulo encenar Arena Canta Bahia, sob a direção de Augusto Boal, e gravei o álbum definidor do movimento Tropicalista, Tropicália ou Panis et Circensis, em 1968.
Em 1968, levei o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção "São Paulo, Meu Amor".
Passei a década de 1970 e 1980 avançando ainda mais meu pop experimental em álbuns relativamente herméticos, sem atrair a atenção do grande público. No final dos anos 1980, fui "descoberto" pelo músico David Byrne (ex-Talking Heads). Lentamente minha carreira vai se recuperando e passo a passo atrair platéias da Europa, Estados Unidos e Brasil, especialmente após o meu lançamento do álbum Com Defeito de Fabricação, em 1998.
Lançei recentemente (2010), pela Biscoito Fino, o cd e dvd “O Pirulito da Ciência”, produção de Charles Gavin. “Todos os Olhos” foi relançado em vinil.